quinta-feira, 27 de novembro de 2014

sofro de refluxo poético
um verso me estoura a goela
e volta ácido pra dentro de mim
dutos de dores caladas
nao digeridas, incompreendidas
dores de expectativas
de saudades e desejos mórbidos
um principe sórdido
a quem devoto incoerente
patético afeto mordaz
é a força motriz
de tal ato

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Verso besta de alegria
Quando eu nao tinha entendido voce
ainda mal te conhecia
Vim pedindo um monte de coisa
que eu achava que valia
Aos poucos fui entendendo seu tempo
todo cheio de magia
e no tempo fora do tempo
era quando eu te via
E passei a descansar
sob teu riso imenso de euforia
e ja não pedia mais nada
alem de ir onde ce ia
Mas voce se acostumou
a negar o que que eu nem pedia
sem sequer se tocar
que o que a boca falava
seu olhar, de bobo encantado
desdizia 
Causaste em mim
Desde de que me pus em seus bracos
Nascente de pranto
Irrevogavel
Pranto de contentamento
Pranteio delirante
Pranteio angustiada
Pranto de esperanca
E desde entao
So me faltaste

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Desde que te vi
com os olhos da alma
Cada passo que eu dou
eu sinto sua falta
Ainda divides minha cama durante as noites
Mesmo que sem seu corpo ou sua frieza
Dormes comigo em meu pensamento
Nesse luto de amor vivo
que vivo e luto como contra 
um instante infinito
Por mais rude possas ser
entrevejo fantasiosa
num balançar de dedos
minhas maos enlaçadas às suas
E anseio a escuridao celeste
para materializar-te Dulcinéa
entre meus lençois de algodão agreste
Mais completa sou em delírio
Mais feliz quando iludida
Deixe-me ao menos
com meus concretos sentimentos
Me olhava com olhos redondos
de criança intrometida e medrosa
quando ria parece que cabia
no branco dos dentes o infinito
andava dançando e era seguido
por legioes de elementais perdidos
mas sobretudo ele sabia
antes de qualquer um no mundo
qual era o som do cometa
e reproduzia
A chuva lavou meu gemido
Instaurou-se o vazio
Nas ruas solitarias, abandonadas, 
largas e ainda úmidas
caminho
sorrio
Ternura!
Instalou-se o vazio
Ouço o meu silêncio
e ainda mais silencio
pausa, acalme-se, reflete
Ancorou-se ao vazio
há doçura, há sossego
há paz, solidez
Avivou-se o vazio
Desde entao o metrômetro
so marcou saudade
de tempos idos