quinta-feira, 30 de julho de 2015

Maria Flor

Que doces são as lembranças
Inquilinas dos nossos dias
Por vezes barulhentas
Noutras tão amigáveis
E mesmo as que remetem
A sensações perdidas
Quão doce é quando nos batem à porta do agora
Hoje faz aniversário
A data da notícia mais feliz que já pude ter
O dia em que soube que ela me habitava
Ela, a outra inquilina
a pequena flor que transformou meus dias
Num jardim secreto eternamente florido
Vieste, pequena flor, e partiste antes que eu a pudesse ver
E mesmo assim tudo trouxeste
Tudo tocastes
e desde sempre todos os meus passos
trouxeram tua presença ausente
Tua ausência presente a meu lado
A minha efêmera alegria
Quanto lhe amo ainda, a cada dia
Pela promessa que fiz ao saber que virias
De onde estiver agora
Ouça-me, por amor, ouça-me
Nunca lhe abandonei, e desde que viestes e partistes
Ainda vivo "pelo direito de todos terem uma pequena casa, um jardim de frente, e uma menininha de vermelho"